PREFEITO DO MUNICÍPIO DE MACAU-RN, NO PERÍODO DE
1935 A 1947
JOÃO FERNANDES DE MELO – GOVERNO – 1935 a 1947 – Nasceu na cidade de
Macau, em 23 de junho de 1903; Filho de Severo Honório de Melo e Maria Pureza
Fernandes de Melo cursou o primário em Macau e, para continuar os estudos, seu
pai mandou-o para o Rio de Janeiro, onde cursou a Academia de Comércio,
formando-se em Ciências Contábeis. Retornou para Macau ainda muito jovem, teve
seu primeiro emprego na empresa Indústria e Comércio Matarazzo S/A. Saindo
desta para administrar, juntamente com o seu primo Albino Gonçalves de Melo, a
empresa Severo Irmãos Ltda. E todos os bens pertencentes à família.
Em 03 de julho de 1938, casou-se com dona Simone
Correia de Melo, com quem teve três filhos: Ricardo Augusto Fernandes de Melo,
Flávio Augusto Fernandes de Melo e Roberto Augusto Fernandes de Melo. Foi sócio
fundador do Lions Clube de Macau, onde participou ativamente dos trabalhos
comunitários desenvolvidos pelo clube.
Foi eleito Presidente da Cooperativa de Crédito
Popular e Agrícola de Macau, quando na oportunidade construiu o prédio-sede
(hoje Câmara Municipal da cidade) e a transformou numa instituição financeira
de credibilidade, chegando a ser reconhecida por todos como uma das maiores do
Estado servindo de modelo para outras cooperativas.
Foi nomeado prefeito provisório de Macau pelo
então governador Rafael Fernandes Gurjão, em 04 de novembro de 1935, e governou
até 1945, quando foi nomeado prefeito efetivo para governar de 1946 a 1948;
Administrou Macau durante treze anos e, durante sua administração comprou, da
Companhia Comércio e Navegação todo o terreno do perímetro urbano da cidade por
Cem Contos de Réis (moeda da época). Este período, que começa na chamada Era
Vargas e se estende bem depois do final da Segunda Guerra Mundial é marcado por
grandes mudanças no plano político nacional, com reflexos na política local.
“É, novembro de 1930, o líder civil de um
movimento armado de oposição, Getúlio Vargas, tornou-se Presidente do Brasil em
caráter provisório. Os militares mais graduados, dez dias antes, haviam deposto
o governo legal do Presidente Washington Luís (1926-30), com isso impedindo-o
de dar posse ao candidato (Júlio Prestes que, pelos resultados oficiais, havia
derrotado Vargas na eleição presidencial de março. Pela primeira vez, desde a
proclamação da República, em 1889, o candidato do governo não conseguia chegar
à presidência”.
Em 1930 governava o Rio Grande do Norte, o
governador Juvenal Lamartine. Nas palavras de Cascudo: “Comandava as forças
revolucionárias o major Luiz Tavares Guerreiro. Os oficiais, reunidos no Palácio
do Governo, convidaram o desembargador Silvino Bezerra para o cargo de
Governador revolucionário. Silvino Bezerra recusou. A ala revolucionária local,
apoiada por elementos populares, aclama João Café Filho. No mesmo dia 06 foi
instalada a Junta Governativa Militar, com o major Luiz Tavares Guerreiro na
presidência, o capitão Abelardo Torres da Silva Castro e o Tenente Júlio
Perouse Pontes. Era esse o clima no Estado. O comandante Hercolino Cascardo,
que assumiu a junta de 28 de janeiro a 31 de julho, isentou de imposto de
exportação, estadual e municipal, o sal destinado aos portos estrangeiros. De
1939 em diante os governos revolucionários só se preocuparam com o estado de
guerra e com a segurança pública e procurando resolver o crônico problema do
escoamento de mercadorias.
Foi um dos governantes mais respeitados, mas também
um dos mais temidos e austeros da época da Ditadura Vargas, ninguém ousava
descumprir uma determinação sua. Durante todos os anos de sua administração,
cumpriu à risca as determinações do governo de Getúlio Vargas. Primou pela
moralidade pública, zelando pelo patrimônio do município como se fosse o seu
próprio patrimônio. Puniu até parentes, quando necessário, por atos que
destoavam da política do governo municipal na época.
Passou o governo do município ao seu sucessor
Albino Gonçalves de Melo sem dívidas e um saldo em caixa de aproximadamente
“Cem Contos de Réis”, tendo esse fato ganhado destaque na imprensa falada e
escrita do Estado.
Em 1947 assumiu o governador José Augusto Varela
que passaria o governo em 1951 para o governador Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia.
Foi um período dedicado à expansão da educação pelo interior do Estado. Em
1950, foi eleito Deputado Estadual pela União Democrática Nacional – UDN, com
2.078 votos, adquiridos quase todos na cidade de Macau. Na assembléia
Legislativa, continuo defendendo os interesses de sua cidade e da região.
Faleceu em 26 de março de 1965, com 62 anos de idade.
Sua maior obra o Prédio da Prefeitura e o Prédio
dos Correios e Telégrafos.
FONTE – BAÚ DE MACAU